sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Antropomorfia

O teu semblante
contava estrelas
moscas vermelhas
contra o azul.
Primeiro a acha
depois a brasa:
a nossa casa
coincidia.
Aquela nuvem
naquelas ruas:
eras tão nua,
o guarda-chuva
aberto em mãos…
Minha amada
éramos cada
país do mundo!
E ainda todas
partes do corpo
e cada porto
éramos nós -
velas pequenas
boiando leves
brancas e breves
longes e sós...

Felicidade
onça sozinha
se eras minha
hoje quem és?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"La reine que se nourrit du pain de ma tristesse" ou "Me, myself and Lennon"

I'm so tired
but not sad
like a solo
in an old
sixties' song.

I feel stupid..
or disputed
would describe
it way better?

It's been hours
I mean, days
that I've had
on my face
this one smile.

Not a smirk
no, not quite
it's something
that'll grow
even when
it appears
far away.

It means that
- I think so -
in the end
I would give
you my peace
just as you
wouldn't have
liked me to.

Even if
I would not
(and I won't
not again)
could you really
be as free
as you say
that you want
me to be?

Or at least
could you let
die in you
that one fear
that weighs out
your own soul
happiness
and desire?

Amused with
my own self
high and out
in my tree
I just smile:
happy mirror
of my old
heart that beats.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Conundrum

A calma quente de uma tarde
no desafio de uma manhã:
gume estranho, espada terçã
que corta mas não me responde
no que eu devo acreditar.
É longe que repousa o mar?
E, se sim, por que, como e onde?

*

Por onde andam meu remorso
minha paixão minha ternura
(pequeninas garças escuras
que não buscam uma direção)?
Não são fósseis ou sentimentos
mas apenas bichos isentos
de sua paz ou revelação.

*

Sabiamente tolero cóleras
em copos de café mecânicos.
Sorvo-os, servindo-me o pânico
de odiar minha salvação;
caminhos quadrados sem fim
quadros recortados em mim
corredores sem compreensão.

*

O vapor rubro embaça os óculos
que ainda estou por usar -
nuvem ardente a oscilar.
Nisso,
um verme vira esponja no chão
e a raiva banguela que sinto
vira o verso livre no qual minto
qualquer coisa que me passe
sobretudo meu amor
e minhas frágeis intenções.

Colaboração


O Mirificácia é um projeto de fomento à criatividade e cultura e, principalmente, um projeto anti-alienação da nossa geração retrógrada. Esperamos sensibilizar e despontar em todos o nosso espírito. Qualquer inspiração que queiram publicar, mandem para nós.

Papillon avant l'orage

Moi non plus, je ne suis personne, j'aimerais être une porte pour pouvoir rester toujours silencieux, ou j'aimerais être une sculpture en sable car je pourrais disparaître dans un coup d'une vague. Je voudrais rester là-bas dans une place, n'importe où, mais que je pourrais y rester sans complications. J'espère qu'un jour je vais pouvoir me nourrir de la musique et des chansons des oiseaux. J'attends un jour où je pourrais me coucher sous l'ombre d'une belle fleur. Ou d'un érable qui boit le rafraîchissement de l'eau de la neige qui fond. Ou l'ombre d'un coup de soleil qui traverse la fenêtre, inaperçu, incroyable. Pourtant, j'aimerais voler les temps de tout le monde et leur dire tout. Leur raconter les rêves que je n'en ai jamais eu aucun, mais leur dire tous les details des choses les plus simples et crier sur les vies des personnes qui n'existent pas. J'aimerais devenir ami d'un certain montant des gens spectaculaires et pis les oublier pour pouvoir les connaître encore et profiter de ses magnificences particulières une autre fois. Ce sont des expériences fantastiques: connaître une personne, tomber amoureux, conquérir quelqu'un, être sympathique, gagner la confiance de quelqu'un, faire une amitié, commencer une relation, peut-être apprendre une langue, faire une blague et pas réussir. Ou quand un lieu te manque, ou quand une personne te manque et tu te rappelles de nombreuses choses qui peuvent te faire pleurer ou rire comme un fou. Mais c'est pas bon, et c'est vraiment méchant pour part du destin de te faire rien sentir. La pire part est quand tu ne sens pas. Je déteste ça et me déteste quand ça arrive. Pouvoir rien sentir et rien faire. Vouloir cacher de toi-même les choses qui n'arrivent pas. Je pourrais être une feuille, une bande, le blanc ou le noir, mais s'il vous plaît, attaquez-moi le feu.

por Fabinho

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dietética, tua natureza...

Dietética, tua natureza, criança
chora lágrimas artificiais
sob um sol artífice
de queimaduras que não aconteceram.
Teu passaporte, minha andorinha
não te permite retornar -
exilada em ti mesma
doce, mas não natural
longe e com aftertaste
amargarás bem
sozinha.