segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Conundrum

A calma quente de uma tarde
no desafio de uma manhã:
gume estranho, espada terçã
que corta mas não me responde
no que eu devo acreditar.
É longe que repousa o mar?
E, se sim, por que, como e onde?

*

Por onde andam meu remorso
minha paixão minha ternura
(pequeninas garças escuras
que não buscam uma direção)?
Não são fósseis ou sentimentos
mas apenas bichos isentos
de sua paz ou revelação.

*

Sabiamente tolero cóleras
em copos de café mecânicos.
Sorvo-os, servindo-me o pânico
de odiar minha salvação;
caminhos quadrados sem fim
quadros recortados em mim
corredores sem compreensão.

*

O vapor rubro embaça os óculos
que ainda estou por usar -
nuvem ardente a oscilar.
Nisso,
um verme vira esponja no chão
e a raiva banguela que sinto
vira o verso livre no qual minto
qualquer coisa que me passe
sobretudo meu amor
e minhas frágeis intenções.

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