terça-feira, 11 de agosto de 2009

Madrileña

primeiro: houve o encanto
de seu corpo
teso -
não sei dizer!

algo vegetal, macio
mas com um certo vermelho
e, claro
no embrulho
de sorrisos incompreensíveis.

logo: sua parte
nas entrecenas

a volúpia branca
de um mero mastigar -

em cada gesto um
gato

lento

lascivo

notívago

a progredir...

enquanto os olhos
bolasdegude
me corrompiam

sua língua
ecológica
se poupava, mas
ardia
encrispada
como uma lagarta
quando sonha
em nos queimar;

músculos
todos cordasvocais:
o rondar do touro
ao farejar seu
próprio sangue -
orando pelos aplausos
de um mísero golpe.


nunca soube eu antes de beleza
rica, oculta

tão inseto;

brumas lúdicas -
cordabamba lúbrica
todas esquinas numa enorme

cidade-mulher.

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