Agora
que nossos dados
nunca acertam a soma;
que nossos
isqueiros
curtem outros bolsos e
ignificam
outras chamas
e o provador
de roupas tão
caras
que teu peito
insistente enquadra
redunda
o nada
entre reflexos;
agora
que somos dois
encarando um ao
outro -
olhos trancados
do lado de fora;
que não escolhemos mais simpatias
para acalmar
as feras
no zoológico
de nossa antecipação
e os vagos
gráficos
da nossa íntima
economia
jazem, francos
como o outono.
E nosso idioma
não resiste
à peçonha
das heras:
flora do dialeto
que plantamos.
E as lágrimas
não têm mais o chumbo
que outrora
algum valor
lhes dera.
Agora
nada
mais
nos
ela.
Com licença poética - Adelia Prado
Há 9 anos
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