segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"De costas" ou "El gran masturbador, Dalí, 1929 - óleo sobre lienzo"


pequenos
órfãos
detentos
órgãos
sob a pele -

amores.

quatro câmaras
os comportando

mas quantas flores

sem estação?

pelo visto
nada é apto
e
há muito
mais xisto
que o previsto
hirto
espaço calcário:

um vaso todo
lado de dentro.

os dentes
sonham
fadas distantes
sedentos
pelos ossos
sobre ossos

os pelos
nossos

ambos fossos
fundos
frutos -
sementes tardias
elaboradas com
um
riso exausto.

meu leito
arco firme
contra a noite
que calcula tantos
quando estou só

a seta
que inveja
o branco
do nascente:

entre as unhas
extrai-se o rubro

e entre as coxas
nossas próprias
respostas.

pena
quando surgem
estarmos
de costas.

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