sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A corrente do dia

na varanda

o cigarro aceso
olhando a rua em marcha.

como a brisa
que refresca
dois ou três poemas
batem leves
na porta
e me entregam as cartas
já velhas e marcadas
conquanto valiosas
da contemplação.

vejo folhas
alaranjadas
e bicicletas
muros
e mesmo
exércitos, quem diria.

outros são bolhas
ora transparentes
ora
coloridas -

até chegam a estourar
bem ali diante dos
meus olhos

arregalados.

mudo
como somos
nada efetuo
até que o momento
pano muito curto
se encerra.

ele acaba, eu
acabo

e também o cigarro
acaba.

arremesso-o:
seu corpo sofre
e cai
dilacerado
no andar inferior.

sei que alguém o achará
e herdará
um pensamento repleto
de dúvidas e tantas
outras
coisas estranhas.

mas ai
já não é mais
problema meu.

4 comentários:

Unknown disse...

só uma coisa: pare de fumar.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Do caralho Digão, mas(pare de fumar)² kkk

Luísa Ataíde disse...

Observação sob fumaça: - Parabéns pelo espaço. Muito bom mesmo!
Luisa