A seda do cabelo
suado
profanando a palidez
da fronha
os gestos
pela metade
o riso
frouxo
mas delicado;
- eu te amo...
alguém conta
em segredo
com os olhos
apertados.
Uma mão
busca a outra:
os dedos trocando
os códigos
sutis
da cumplicidade.
- Mais que tudo...
responde o eco
e os pés se encaixam
magnéticos
em meio ao berço
bom
do escuro.
Macio
chega o sono
e faz em mármore
aquela cena:
esculpidos
um no outro
complementares
necessários
naturais
vazios:
dois pequenos
animais
no frio.
Com licença poética - Adelia Prado
Há 9 anos
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