quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Depois

A seda do cabelo
suado
profanando a palidez
da fronha

os gestos
pela metade

o riso
frouxo
mas delicado;


- eu te amo...

alguém conta
em segredo
com os olhos
apertados.

Uma mão
busca a outra:
os dedos trocando
os códigos
sutis
da cumplicidade.


- Mais que tudo...

responde o eco
e os pés se encaixam
magnéticos
em meio ao berço
bom
do escuro.

Macio
chega o sono
e faz em mármore
aquela cena:

esculpidos
um no outro

complementares

necessários

naturais

vazios:

dois pequenos
animais
no frio.