terça-feira, 22 de setembro de 2009

A vendedora

Passeando por um
país
onde não entendo
as placas
não entendo as ruas
não entendo, na verdade
porra nenhuma -

estou perdido

e irritado.

Dobro esquinas, macaqueio informações
interpreto
mapas;

nada.

Inconsolável
passo na frente de uma loja
e olho demoradamente os números
dos preços
meus últimos amigos
calados e nobres como toda
a matemática.

No interior
da loja

uma jovem
vendedora
está de cócoras.

Não deixo de notar que
ela
sem saber
expõe o engraçado
vale
entre as formosas fatias
de seus belíssimos
glúteos.

Ela se ajeita devagar.

Carinhosamente

olha para trás.

Me vê.

Sorri.

Eu sorrio de volta
quase que
em
agradecimento.

Logo
ela continua, vendendo

e eu continuo
um pouco menos
perdido.

Interessante como
mesmo uma bunda
às vezes
é um mundo.

Ou vice
versa.

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