na varanda
o cigarro aceso
olhando a rua em marcha.
como a brisa
que refresca
dois ou três poemas
batem leves
na porta
e me entregam as cartas
já velhas e marcadas
conquanto valiosas
da contemplação.
vejo folhas
alaranjadas
e bicicletas
muros
e mesmo
exércitos, quem diria.
outros são bolhas
ora transparentes
ora
coloridas -
até chegam a estourar
bem ali diante dos
meus olhos
arregalados.
mudo
como somos
nada efetuo
até que o momento
pano muito curto
se encerra.
ele acaba, eu
acabo
e também o cigarro
acaba.
arremesso-o:
seu corpo sofre
e cai
dilacerado
no andar inferior.
sei que alguém o achará
e herdará
um pensamento repleto
de dúvidas e tantas
outras
coisas estranhas.
mas ai
já não é mais
problema meu.
Com licença poética - Adelia Prado
Há 9 anos
4 comentários:
só uma coisa: pare de fumar.
Do caralho Digão, mas(pare de fumar)² kkk
Observação sob fumaça: - Parabéns pelo espaço. Muito bom mesmo!
Luisa
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